A Areia Que Escorre

A Ascensão De Um Sonho

A alvorada se erguia em Sunagakure no Sato, a vila oculta do País do Vento. No vasto horizonte, se começara a erguer o sol. A terra que antes permanecia em escuridão começara agora a brilhar, toda aquele oceano de pó se tornara reluzente e começara a a dar inicio a uma imagem de tirar a respiração. Uma vista que poucos poderiam admirar. Ainda assim, um garoto era um desses poucos. Um simples pequeno garoto que olhara para nada mais do que uma enormidade de terra e pó e nada mais que isso. No entanto, uma luz parecia brilhar nos olhos do rapaz, como se um raio de luz lhe atravessasse a alma. Mas o que poderia o rapaz ver naquela imensidão de nada? Talvez fosse uma simples miragem que o garoto estivesse sofrendo no momento, ainda assim algo parecia gritar no interior daquela pequena amostra de homem. Algo que estranhamente se aparentava com um sonho, um ingênuo sonho de criança.

Após uns breves minutos contemplando a bonita tela que aquela paisagem lhe marcava no coração, finalmente fechara os olhos e começara a dar seus primeiros passos. Um simples garoto carregara em seus ombros o sonho de toda uma nação. E que bobos sonhos eram aqueles... Ainda assim, de face convincente e de passo persistente, o garoto caminhava pelas ruas da vila. Ao que parece se deslocara a caminho da academia ninja de Suna, o local onde muitos de bom coração passaram, virtuosos guerreiros que morreram pelo grande sonho de sua nação. Um triste destino, o dos caídos e esquecidos. No entanto, tais pensamentos não passavam pela mente deste garoto. De fato nada parecia passar naquela minúscula cabeça, ao menos nada além de esperança. Estranha porta, a esperança, todos um dia passamos por ela mas após dado o passo em diante alguns se parecem perder rumo a um estranho local. Um lugar nada alegre que mais passa por uma vasta fissura na alma, ao menos para estes últimos que se perderam.

Houvera chegado no importante destino. Se tratava de um dia diferente de todos os outros, ao menos assim era para aquele ambicioso novato cujo destino ainda era incerto. Várias crianças de variadas idades se encontravam em redor da academia, afinal aquele não era um dia especial apenas para o garoto. Olhara em redor, observando todos aqueles sorridentes sonhadores. Não passavam de pequenas ilusões, nada mais do que um simples conto de fadas. O mundo não era tão fácil assim, diante de nossos passos muros se erguem. Tão colossais que até mesmo no próprio céu devem tocar, imensos que nem montanhas cuja espessura é a da profunda ilusão. Oh que desilusão aguardara aquele que vive sem poder. Uma nefasta verdade ocultada pela doce mentira. Ainda assim, num mundo de guerra e sofrimento que poderia um simples sonhador alcançar? E aquele rapazinho que nada mais do que sonhador se demonstrava, ou talvez as frias correntes da impossibilidade já houvessem tocado o garoto?

Adentrando a sala, se deslocara para o seu local. Até que a personagem que estava de pé no meio da sala diante de toda aquela multidão se apresentou e de imediato pediu para os alunos se deslocarem até ao fundo da sala para retirarem 4 pergaminhos. Haviam bem mais do que 4, mas ao que parecia se podia escolher apenas 4. Assim sendo, a pequena figura pegou os 4 que mais interessantes lhe pareceram. Após tudo selecionado o professor começou com um discurso um tanto prolongado, ao qual o rapaz pouco ou nada ouviu. Estando distraído, olhando a vista do mundo exterior através de uma pequena janela.

Spoiler:

Abrira um dos 4 pergaminhos que havia “ajuntado”. Parecera uma técnica bem útil para diversas situações de combate, talvez tivesse sido por sorte mas aquele era um dos melhores pergaminhos disponíveis. Além que o sensei apenas houvera pedido para aprender os jutsus que houvessemos selecionado. Assim, o garoto começou a ler atentamente o pergaminho, voltando a reler tudo aquilo que lhe parecesse não ter ficado na memória. Conforme ia lendo a expressão do garoto parecera ficar interessada na técnica, ou menos era aquilo que parecia, mas também a faceta do garoto raramente demonstrava o que quer que fosse. Entendendo que se tratava de uma técnica em que precisaria de alguém para a testar, pedira ao sensei que viesse o auxiliar na realização do jutsu. Se preparando com uma respiração profunda e calma, tentara recolher o chakra conforme realizava os selos. Bode, Javali, Boi, Cachorro e Cobra, estes eram os selos para a realização do jutsu, um tanto complicados para os memorizar no entanto o garoto havia conseguido. Assim o professor tentara atacar o garoto com sua kunai, tendo cuidado para não ferir o garoto caso a técnica não resultasse. Surpreendentemente, o solitário rapazito havido trocado de lugar com uma velha cadeira que ali ao pé se encontrara. O professor e seus colegas pareciam ter ficado surpreendidos com o rapaz, mas ainda restavam 3 jutsus por aprender antes de poder celebrar.

Spoiler:

Sem tempo de descanso, o pirralho logo se deslocara para a sua secretária para buscar outro pergaminho. Este parecia ser uma técnica útil para se descolar em diferentes surperfícies. Uma das muitas técnicas básicas para qualquer ninja, com toda a certeza. Assim sendo, se aproximara da parede mais próxima que por acaso era a do fundo da sala. Lendo o pergaminho mais uma vez com calma e paciência para que não fizesse algum erro bobo. Não que se tratasse de alguém minucioso, o jovem apenas levara o teste como algo importante para o seu futuro enquanto ninja. Fechara seus olhos, tentando visualizar o fluxo do chakra fluindo naturalmente por seu corpo até à sola de seus pés. Como se de água se tratasse, sendo puxada pela gravidade. Com essa imagem em sua mente, se concentrando naquela sensação, levara algum tempo até se sentir pronto para colocar o primeiro pé contra a parede. A seu tempo, cravou o primeiro passo em diante à parede que com o chão formara um ângulo de 90 graus. No entanto, a sua visualização do chakra em seus pés parecia dar resultado de forma simples. Ao menos o rapaz começara a caminhar na parede com poucos ou nenhuns problemas. Duas das quatro tarefas se encontravam agora cumpridas, ainda que tivessem sido um tanto cansativas para o novato.

Spoiler:

A terceira técnica em muito se assemelhava com a que houvera aprendido momentos atrás, algo que tornava o garoto um tanto mais confiante em relação à sua performance. A única aparente diferente é que em vez de concentrar o chakra na superfície de seus pés, seria antes na palma de suas mãos. No fundo estava diante de um jutsu da mesma natureza, algo que facilitava o trabalho. Assim, se colocou em posição, se erguendo e juntando suas mãos para recolher e concentrar o chakra. Algo que levara menos tempo que a última tentativa, pois eram de fato duas técnicas idênticas. Calmamente, tentando sentir o chakra a se deslocar para a palma de suas mãos. Tentara se abstrair de toda aquela realidade, esvaziando a sua mente. Onde no meio em todo aquele vazio, sem som, sem cheiro ou mesmo qualquer outra sensação. Diante de toda aquela “imensidão de branco” (vazio) uma figura se poderia ver no meio de todo aquele monotono universo que era a mente do garoto. A figura juntara seu chakra nas palmas da mão, um chakra azul e calmo. Assim, voltando ao mundo real, observara suas mãos e parecera ter resultado. Então, faltando apenas testar o sucesso ou o fracasso, colocara suas mãos na parede, tentando se agarrar a ela como se de umas curiosas pegas se tratassem. Mais uma vez se demonstrava ser um sucesso, algo que já não deveria nem ao menos ser surpresa para os presentes.

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Restara apenas um pergaminho que permanecia intocável na secretária do garoto. O trabalho estava quase, mas ainda faltava um pergaminho, aquele último pergaminho. Abrindo o pergaminho sem demonstrar grande interesse no que poderia conter. Uma técnica chamada de  Nawanuke no Jutsu, parecia algo bem simples. Apropriado para um Estudante, ainda que fosse um jutsu que talvez não viesse a dar tanto jeito no futuro. Lendo com cuidado e observando os desenhos e explicações, a pouco e pouco a técnica mais parecia com uma técnica de fuga. Que no fundo era exatamente o que se tratava, uma técnica de fuga. Assim, pedindo mais uma vez a ajuda do sensei para que o pudesse amarrar firmemente com uma corda que por ali andasse. O professor parecera disposto e assim atou o aluno com uma das cordas que havia preparado para o teste. À primeira vista parecera impossível de se soltar de tamanho nó, mas ao se acalmar, se recordando do que daquela velha folha de papiro, o pergaminho. Se lembrando do procedimento, algum tempo levara mas conseguira se soltar. Havendo assim terminado e completado todas as quatro tarefas que compunham a prova.

Houvera finalizado a prova e a recompensa era a graduação da academia ninja. Um passo importante para a vida de qualquer ninja, ainda que longe do seu verdadeiro objetivo. O rapaz ainda era fraquito e tinha muito que aprender no seu longo percurso de vida, no entanto aquele era um momento de celebração ainda que o garoto permanecera no mesmo estado de espírito de que quando entrara na sala de aula. Ainda assim, o pequeno garoto estava agora um pouco mais próximo de seu destino. Sua vida como um shinobi havia começado e com isso um novo esbelto Gennin de nome Viole Di Lótus nascera para defender Suna, a nação do deserto.

Viole Di Lótus

@Lilah